
Ele fez suas ponderações, como amigo e diretor de fotografia, do mesmo jeito que Igor faz as dele como montador quando discordamos, e da mesma maneira que toda a equipe fará – ou faria, se visse material agora. Não vejo nada de anormal em querer ver o próprio trabalho bem feito, assim como me soa inevitável que muitos depois me perguntem porque usei esse e deixei de fora aquele plano.
A explicação é simples, ainda que a escolha não seja. Existe o enquadramento, o som, a fotografia, a atuação e o ritmo, apenas para falar em alguns dos pontos a serem analisados agora.
Já tive que jogar no lixo, para falar de exemplos básicos, uma atuação fabulosa e um plano com fotografia magnífica. O culpado pode ser desde um cachorro que resolveu latir incessantemente até o alarme do carro que disparou, passando por um transeunte que escolheu a hora e o lugar exatos. E isso para ficar apenas em casos mais sutis.
Dessa maneira, conto com a compreensão de todos. De antemão, peço desculpas aos que, tenho certeza, se sentirão prejudicados. Mas o que quer que eu faça, e digo isso ciente de toda a pieguice açucarada que ideia pode trazer, faço - ou pelo menos tento fazer - pelo filme.
Ps: Está em pré-estreia e com sessão única em Salvador, nada menos que Tetro (2009), de Francis Ford Coppola (de O Poderoso Chefão e Apocalipse Now). Às 21h30min, no UCI Multiplex Iguatemi. Ainda não vi, mas - também pela real possibilidade de ele não ser promovido a estreia - é com certeza o "quero ver" da semana.