domingo, 20 de março de 2011

Do Japão à Uesc

Desde semana passada, não falar no Japão pode levar uma pessoa a ganhar vários adjetivos bacanas, de alienada a frívola, para ficar apenas nos mais sutis. Não sei se por preguiça, limitação ou estupidez, me vejo incapaz de fazer algo além de torcer para que aquilo acabe, e não me vejo com quase nada a dizer além do que já foi dito – dentro do pouco que vi. Se por um lado não me orgulho da postura, ainda que ela venha acompanhada de outros adjetivos desagradáveis, me soa honesta.

No entanto, ainda pelo Japão, no início da semana vi um vídeo que até postei no Facebook. Em meio ao bombardeio de imagens que mostram a natureza em fúria e plasticidade que ultrapassam os maiores (em tamanho) filmes-catástrofe, a que mais me chamou a atenção foi uma sem morte, sem água, sem tremor e sem pessoas. Com uma câmera e dois seres, a cena vai contra o inevitavelmente egoísta instinto de sobrevivência, e qualquer descrição é limitadora: http://www.youtube.com/watch?v=J3TM9GL2iLI&feature=youtu.be.

Filme
Nas últimas semanas, entre telefone, internet e contato pessoal, algumas pessoas me perguntaram quando o filme fica pronto. Afinal de contas, teoricamente, lá se vão três meses de montagem.

Adoraria dizer para eles que processo tem demorado por edição à la Orson Welles ou Cassavetes, adoraria dizer que perfeccionismo vem de Kubrick. Mas, como diria o festival, é tudo mentira. Lá se vão quase 30 dias desde 25 de fevereiro, a data em que Nunca mais vou filmar foi modificado pela última vez. De desencontros ao carnaval, passando por mudança de cidade e de editor, convite e burocracia, o filme ficou parado.

Verdade que, nessa semana, temos a trilha sonora mais próxima do ideal, mas também é verdade que sequer pude remontar a sequência; ainda que desconfie, não posso comprovar que agora posso encaixá-la melhor.


Imagino que todos (isto é, as quatro pessoas que gostaram do roteiro mais as 15 da equipe) queiram ver o filme, mas não dá para brigar com o acaso – posso apenas lidar com ele.

De qualquer jeito, esclareço que este não é um post desiludido ou decepcionado pelo meio ou processo, pelo contrário. Se assim estivesse, pensamento-mor seria o de acabar a coisa a qualquer custo para fazer outra sem nada a ver, e não já iniciar outro roteiro. Ainda que, antes dele, tenhamos Nunca mais vou filmar. E, não menos importante, a paciência nossa de cada dia.

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