segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Além da música

O ano era 2008, finalzinho de maio. Tinha pouco mais de uma semana para entregar Do Goleiro ao Ponta-esquerda (2008), projeto de conclusão de curso. Estava próximo do corte final, mas a música da abertura tinha dois problemas. E duas avaliações possíveis: sim ou não.

“Tivemos as dicussões por efeitos na pedaleira, o que resultou em som que queremos e buscamos. Depois de sete faixas de guitarra gravadas, só uma palhetada ‘falhou’. Dá para ver a ideia de linkar notas com caracteres. O fato de termos mais nomes do que notas não nos impede de ler as informações, que é o que importa. Para completar, o tempo é curto”, é uma.

“Não podemos, depois de tanto investimento em músicas, filmes, encontros e tempo, fazer algo que sabemos onde pode ser melhorado. Mesmo depois de gravar sete faixas, podemos não apenas regravar a palhetada, como estender a abertura. Com isso, corrigimos um erro, harmonizamos o encaixe, e o resultado fica mais fluido. Vamos gravar de novo?!”, é outra.

Era o meu primeiro trabalho como diretor, era o seu primeiro trabalho em trilha sonora. Mas, além de uma certa combinação entre intimidade e afinidade musical, quando percebi que concordávamos no “vamos gravar de novo?!”, vi prazer, vi alma; tive a certeza de que queria voltar a trabalhar com aquele rapaz.

O porém é que, com a ida de
O Maldito Ladrão de Memórias (2009) a Cannes, o aumento em progressão geométrica da quantidade de trilhas sonoras por semestre, e a proximidade de sua formatura, o tempo do rapaz diminuiu. Quando conversamos pessoalmente, em outubro, ele não podia confirmar. Ao fazer convite oficial, com datas previstas, me preparei para o “não”. Felizmente, “ele” não veio.

Hoje, oficializo a parceria com esse monstro dos instrumentos de corda, com esse monstro da criação com instrumentos de corda: Thiago Ferreira.
"Welcome aboard, Denny".

Um comentário: